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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

OCTAVIANO MELLO

 

Nasceu no dia 24 de dezembro de 1890 e faleceu no dia 28 de junho de 1947. Formou-se em Direito pela Faculdade do Amazonas.

 

“vale destacar a experiência pioneira, em Tefé, que emocionou a todos que assistiram à palestra de Anísio: na condição de juiz e prefeito temporário, em 1941, criou o presídio aberto, com colônia agrícola, com a finalidade de ressocializar os presos e devolvê-los à vida comunitária” ressalta Narcisos Lobo, em https://www.portalentretextos.com.br/, lamentando a descontinuidade da iniciativa e o recrudescimento da criminalidade.

 

Poemas publicados no Correio do Norte, em São Paulo (em 1959 e 1960):

 

            A VIUVEZ DO POMBINHO ROXO

 

       Em noites de agonia, as roxas plumas,
Tu transformaste em lívida mortalha!...
E o arrulho costumeiro, em fartas brumas,
Não mais se ouviu soar junto à cimalha!...

O ninho está vazio... Somente algumas
Penas soltas, ali, inda agasalhas,
E o mundo vai assim, como as espumas,
Que nascem flutuando, e o rio espalha!...

São horas de tristezas!... E os passarinhos,
Cantando, alegremente, par em par,
Buscam a paz, no abrigo dos seus ninhos!...

E tu, pombinho roxo, arrulhas!... Choras!...
Mas... o fero, também, há de matar.
A quem, de amor, não morre nestas horas!...

    

                                                                                               

       BOLETIM DE FAMÍLIA


No primeiro censo, apenas dez milhões
Contava o meu Brasil!... E minha mãe sorrindo
criança, jovial, por entre as multidões!...
Seria a Primavera em flores reflorindo!...

 

        No segundo, eram dois, no seu casal bem-vindo
A desfrutar, carícia, escutando canções!...
No terceiro, eram oito... E vamos prosseguindo...
Onze no quarto censo!... Ai, sete varões!...

 

        O quinto censo vem... Aqui não se interroga:
Os netos, vinte e um; bisnetos, são mais quatro!...
Total de um ramo só: trinta e sete, censo em voga!...

 

        Encheu seu boletim!... Beijou sua Bandeira!...
A minha mãe querida, aquela que idolatro
Do céu veio aumentar a Pátria Brasileira!...

 

 

 

 

 

MELLO, Anisio.  Lira amazônica - Antologia. Vol. I       São Paulo: Edição Correio do Norte, 1970.   286 p.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

 NOS PÁRAMOS DIVINOS

I

       Habeas-Corpus

Magistrado Supremos do Universo
Em nome da razão e do direito
— A ciência em que vivo submerso —
Um protesto solene tenho feito.

Não creia que se viva satisfeito
No Império do Destino contraverso,
Para onde em caminhada sem proveito,
Converge a humanidade ao seu reverso.

Cinquenta e três janeiros, já contando,
Vejo a morte cruel se faceirando
P'ra quem na terra almeja a paz dos corpos.

E contra esta ameaça muito grave,
Que surgiu, eu não sei de qual conclave,
Impetro o meu jurídico habeas-corpus.

 

II

Sentença

 

O Código Divino inexorável,
Lei de todos os tempos da Natura,
No rigor dos capítulos se afigura
A sentença de fogo, irrevogável. . .

Tudo está detalhado na Escritura,
De modo simplesmente invulnerável;
E no âmbito terrestre justiçável,
Deve estar conformada a criatura.

Não importa, neste caso, um descontente,
Dentre tantos milhões de massa humana,
Com as leis que governam toda gente.

 

O assunto já é bem velho e discutido. . .

Não se enquadra habeas-corpus desta plana. Deve ser, como fica, indeferido.

 

III

Recurso


Interpondo recurso extraordinário,
Da sentença lavrada, oh!. . . Pai Eterno!. . .
Meu respeito deponho no sacrário,
Ofertando aos arcanjos, bom falerno.

£ o caso do habeas-corpus!. . .  Meu fadário!
Sede mais complacente; sede terno
Com este filho já cinquentenário,
Que na terra é modesto qual aderno.

Com as onze mil virgens, lá no céu,
Um grande tribunal constituindo,
Fareis o que suplico por troféu.

E Vós sentencieis, JUIZ, assim:
Revogando a sentença, deferindo
A petição, p'ra vida não ter fim.

 

       IV

 

Acórdão 

 

Relatando o haheas-corpus em recurso,
Impetrado a favor do recorrente,
Acórdão em conferência, em concurso,
De acordo com as virgens do ambiente,

 

Tomar conhecimento do decurso
Na medida impetrada incipiente,
P'ra manter a sentença, em todo curso,
Examinado, enfim, o incidente.

 

Constranger a quem quer passar da vida
Para outra mais pura e sempre anímica,
É matéria de júris decidida.

 

O caso foi julgado com firmeza,
De acordo com a lei da bioquímica,
Combinado com as leis da Natureza.

 

 

 

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2020; Página ampliada em novembro de 2020


 

 

 
 
 
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